Antes de nos situar-mos na atualidade, viajemos até meados dos anos oitenta e ao início da “Legibility war”. Este movimento foi uma consequência da reação das novas gerações perante as regras que regiam o que se considerava como uma boa tipografia e uma boa utilização da mesma. A experimentação atingia todos os limites e as letras utilizavam-se como meio de expressão extrema.
As novas tecnologias impulsionaram esta mudança, já que puseram ao alcance dos designers possibilidades inovadoras com as que podiam redefinir os standards do bom design e abandonar a ordem, a estrutura, a geometria e dar as boas-vindas a novos efeitos, como os “pixeis”, as sobreposições ou a fragmentação, inclusive a falta de legibilidade que se converteu num código que, uma vez decifrado, revelava uma mensagem. As formas e as estruturas que tornavam a tipografia legível conduziram-na a extremos,mas em que o ilegível permanecia compreensível.
Art Chantry, David Carson e April Greiman são os expoentes desta corrente que realizava experiências perceptuais. Grande parte do setor do design opôs-se a estas experiências e, como Massimo Vignelli, consideravam-nas simplesmente lixo.
Na década noventa, a tendência inverteu-se, dirigindo-se para uma simplicidade complexa, indo um passo mais à frente do cumprimento das normas clássicas, que por si mesmas não garantem um bom design como resultado. Sem cair no mero formalismo, e para conseguir uma boa correspondência entre a forma e o conteúdo, impunham-se normas ao serviço do conceito.
Atualmente, desapareceu a polarização entre o discurso clássico e o discurso experimental, múltiplos estilos convivem, e cada designer, de acordo com a sua personalidade, pode encontrar a sua forma de expressão num mercado sempre atento às novas tendências, que é capaz de absorver as formas de expressão mais transgressoras e convertê-las num estilo aceite por todos e distante do seu significado inicial.
Penso que seja difícil acontecer uma grande mudança outra vez, porque a evolução é agora mais progressiva e integra-se mais rapidamente na normalidade. Por isso, se o caminho escolhido é o da revisão do básico, ou aprofundar a exploração de novos estilos, o importante, para nos mantermos na direção correta é desenvolver uma atitude crítica sobre o próprio trabalho e manter o conceito no centro do processo.
Cristina Carbajales
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